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Sinopse:
E se Judas traiu Jesus a seu pedido?
E se Pedro não estivesse destinado a ser chefe da Igreja?
E se a Igreja que Jesus Cristo queria criar não tivesse um Papa?


Quando a jovem arqueóloga Afdera Brooks acode ao leito de morte da sua avó, uma excêntrica milionária, coleccionadora de obras de arte, recebe como legado as pistas para chegar a uma caixa de segurança de um banco americano onde está guardado um antiquíssimo manuscrito.
Afdera empreende uma viagem por meio mundo para desentranhar o conteúdo desse misterioso documento que culminará em Veneza, o labirinto de água.
A partir do Vaticano, o maléfico cardeal Lienart fará o impossível para que a verdade que se esconde no maltratado pergaminho nunca conheça a luz do dia.


 A minha opinião:
Terminado! E digo isto com algum alívio.
O livro é razoável, dentro do género, mas demasiado Dan Brownista para eu poder apreciar devidamente.
Com um início confuso e um pouco lento, acompanhamos a nossa "pseudo-heroína" na busca de um livro esquecido pela Humanidade, mas vigiado pela Igreja Católica, o evangelho perdido de Judas Iscariote. Este tema interessou-me e foi o que me levou a pegar neste livro, mas sem dúvida nenhuma que esta obra não supera, nem em qualidade, nem em profundidade uma outra escrita por Jeffrey Archer (ver aqui).

O livro começa em Alexandria, no ano 68 da nossa era, nos últimos momentos de vida de Judas Iscariote. Judas pede ajuda a Eliezer, para que a verdade não se perca com a sua morte. Assim Eliezer escreve o que Judas lhe transmite e acrescenta uma carta da sua autoria. Toda a estória é sustentada pela suposição de que quem traiu Jesus não foi Judas, mas sim Pedro. E é esta confissão escrita do último apóstolo que toda a Igreja Católica teme e muito mais tarde, tenta impedir que venha a público.
O livro proibido é, um dia, descoberto e traficado pelo mercado negro de antiguidades até chegar às mãos de Crescentia Brooks, a avó da personagem principal, Afdera.
Muitos anos depois, aquando da eminente morte de Crescentia, esta solicita à neta mais velha, Afdera, se dirija à América e retire de um banco um documento que diz ser valioso e com o qual deverá ter o máximo de cuidado. Só depois de Afdera se encontrar na América, com o dito documento é que constata a grandiosidade do objecto que tem em mãos.
Mal a Igreja descobre que o documento temido foi retirado do seu esconderijo é de imediato accionado, em secretismo, vários peões: os elementos de uma sociedade secreta, conhecida apenas por "Círculo Octogunos", que é constituída por vários padres de diversos países, comandados pelo Cardeal Lienart, responsável pela Secretaria de Estado do Vaticano; e o Arcanjo, uma personagem supostamente misteriosa, mas que achei demasiado óbvia.
Depois, é só imaginar as buscas e perseguições que todos fazem para possuir o livro com as últimas palavras de Judas e a carta de Eliezer que atesta tudo o que está no livro.

 
Admito que para os amantes deste tipo de leitura o livro seja agradável. Para mim, e tendo eu um termo de comparação com uma obra que abordava o mesmo, soube-me a pouco. No entanto fica a valer pela perspectiva original de que talvez o conhecido traidor de Jesus Cristo, apenas tenha sido uma vítima do momento e de oportunistas. Aliás o livro tem nas suas páginas iniciais o seguinte excerto que traduz muito bem a ideia:



"Se não nos tivessem ensinado como se deve interpretar a história da paixão de Cristo, teríamos sabido dizer, baseando-nos apenas nas suas acções, se foi o invejoso Judas ou o cobarde Pedro quem amou Jesus?"

Graham Greene, O fim da aventura (1951)


4/10
Lido a 30 de Julho de 2010
Sinopse:

Um assassino chamado Quimera parece matar ao acaso. Estarão as nossas investigadoras à altura da missão?

Uma menina de 11 anos morre quando um maníaco abre fogo contra uma igreja. Uma idosa é encontrada enforcada. Em comum, as vítimas têm apenas o facto de serem negras.
Lindsay Boxer, depois de ter resolvido o trágico caso do «Assassino dos Noivos», é designada para o caso e desconfia que se trata de algo mais do que uma onda de crimes raciais.
Lindsay acredita que os dois crimes foram cometidos por um assassino em série e que duas das vítimas estavam indirectamente relacionadas com a polícia. Um símbolo detectado nas cenas do crime conduz a um grupo racista, mas o assassino volta a atacar, deixando pistas deliberadas e iludindo a polícia com inteligência. Entretanto, cada uma das quatro amigas corre risco de vida, e o assassino sabe exactamente quem são e onde as encontrar.

A minha opinião:

Depois de ter lido tantas e boas opiniões sobre o primeiro volume desta série, lá resolvi experimentar. E devo dizer que experimentei, gostei e quero mais!
A escrita é soberba! Simples, sintética, perspicaz, directa ao assunto. Não há momentos chatos, nem os ditos "encher chouriços", o que muito me agrada. Aliás, basta abrirem este volume e repararem que cada capítulo tem poucas páginas.
Apesar de não ter lido o primeiro volume (com muita pena minha), consegui acompanhar muito bem a dinâmica deste grupo de amigas investigadoras nos tempos livres. A trama está excelentemente bem construída e não é fácil descobrirem a identidade do verdadeiro assassino. A meu ver, mais um ponto a favor.

De uma forma muito geral, trata-se de um caso estranho em que Lindsay Boxer se vê envolvida. Tudo começa com o assassinato, à primeira vista aleatório, de uma criança negra à porta de uma igreja. Sem pistas, sem erros, o assassino desaparece sem deixar rasto. Mas alguém viu algo... uma carrinha com um estranho símbolo.
O início do livro leva a nossa detetive Boxer a começar a investigar este caso com o pé esquerdo, uma vez que esta não é a primeira vítima deste assassino e a menina não foi assassinada por acaso.
Com um criminoso à solta que está sempre um ou dois passos à sua frente, Lindsay terá de recorrer, mais uma vez, à ajuda preciosa das restantes meninas do clube de investigadoras. Isto se não quiser que o criminoso as mate uma a uma.

O meu lovor à editora, Quinta Essência, pelo grafismo, design e tradução acompanhada de revisão. Tudo impecável! Fazendo com que valha a pena, cada vez mais, comprar livros desta editora sem qualquer receio.

7/10
Lido a 26 de Julho de 2010
Sinopse:
Laurel é uma jovem de quinze anos diferente – frágil, vegan e amante da natureza – que se muda com os pais para outra cidade.
Integrar-se na nova escola e fazer amigos são questões complicadas para uma rapariga tímida como ela, mas o atraente David ajuda-a a ambientar-se.
É então que acontece algo inexplicável que aterroriza Laurel: diante do espelho, vê surgir sobre os seus ombros umas formas longas branco-azuladas, de uma beleza quase indescritível, como pétalas a pairar no ar junto à sua cabeça – semelhantes a asas.
Para perceber o sucedido, a jovem regressa à sua cidade natal, onde conhecera Tamani, um magnetizante rapaz de olhar cor de esmeralda. Ele parece conhecê-la desde sempre e vai revelar-lhe uma verdade aterradora.
A partir desse momento, Laurel ver-se-á suspensa entre dois mundos e dividida entre dois rapazes igualmente fascinantes, que a atraem em direcções opostas...



A minha opinião:
Ora cá está um bom exemplo de que, nos dias de hoje, se podem escrever livros de fantasia juvenis sem recorrer a lugares comuns.
O livro é claramente destinado a pessoas que pertencem a uma faixa etária menor do que a minha, mas tal facto não fez com que eu me aborrecesse, pelo contrário, soube-me como um gelado fresquinho numa tarde quente de Verão.
O enredo em si é bastante simples, daí que não vou desenvolver esta crítica em demasia porque qualquer pormenor já é um pormenor a mais. Mas posso dizer o seguinte:
Esta é a história de Laurel, uma jovem adolescente que tem de enfrentar uma nova cidade, novos amigos, nova realidade. Não bastando isto tudo, Laurel descobre que no meio das suas costas apareceu um pequeno papinho que parece insignificante. Com o passar dos dias Laurel vê esse montinho crescer de tal forma que ela começa a pensar que pode ser um tumor. Mas um dia Laurel vê o que essa estranha formação é... e desvenda a sua verdadeira identidade para confusão dela e de todos os que a rodeiam.

Um livro fresco e inovador que, apesar de simples, revelou-se uma boa leitura.
E venham os próximos volumes!
5,5/10
Lido a 21 de Julho de 2010

Sinopse:
Da autora de maior destaque da lista de best-sellers do New York Times, chega-nos o segundo romance da trilogia NO JARDIM. Três mulheres terão de descobrir os segredos do passado que habitam a sua histórica casa...

Rosalind Harper é uma mulher capaz de enfrentar qualquer situação. Viúva, com três filhos, resistiu a um segundo casamento desastroso e empreendeu o seu centro de jardinagem No Jardim, um símbolo de esperança e independência para ela e para as duas amigas que aí trabalham.

Mas Roz enfrenta um novo desafio e conta com a ajuda do dr. Mitchell Carnegie, contratado para investigar a identidade da Noiva Harper. Só que a imprevisível aparição parece determinada a destruir a única pessoa que a poderá ajudar a descansar em paz.


A minha opinião:
Neste segundo livro da trilogia No jardim, o ambiente é o mesmo, mas desta vez o centro da estória situa-se na dona do centro de jardinagem e da mansão - Rosalind Harper.
Com a ajuda do dr Mitchell Carnegie, Roz tenta descobrir a verdadeira história por detrás do fantasma da noiva Harper e qual a razão de tais aparições estarem a tornar-se cada vez mais violentas e com consequências graves, após quase um século da primeira vez que surgiu.
Com muita luta pessoal e mesmo social, acompanhamos as tentativas de Roz para deslindar este mistério. Uma procura que poderá ter consequências catastróficas para si, para a sua família, causando uma valente alteração na sua identidade enquanto herdeira da herança Harper.

Um livro algo interessante mas que a páginas tantas tornou-se enfadonho e um "encher de chouriças" autêntico. Apesar dos actos violentos da noiva Harper tornarem as coisas menos cansativas, achei que a autora podia ter feito bem melhor.
Como é que uma personagem sólida, psicologicamente dura e fria (devido aos muitos percalços a vida lhe deu) se derreteria tão facilmente nos braços de um homem do qual ela nada sabe, apenas que por causa de um longo historial de alcoolismo destruiu o seu anterior casamento? Soou-me forçado e irreal.
Esta autora consegue fazer bem melhor do que isto, mantendo a coerência da estrutura quer das personagens, quer da estória em si.

Para ler em breve o terceiro e último volume desta trilogia que promete ser bem melhor do que este (I hope...).

4/10
Lido a 16 de Julho de 2010
Sinopse:
Corre o Verão de 1942. Para os habitantes de Malta, sujeitos a bombardeamentos diários, os Britânicos representam a última linha de defesa contra os Nazis. Max Chadwick, o oficial de informação, tem como função assegurar que os Malteses recebem notícias que fortalecem a sua relação com os Britânicos. Quando lhe apresentam provas de haver um oficial britânico a assassinar mulheres maltesas, Max tem, melhor do que ninguém, noção das consequências desastrosas que tal revelação acarretaria. Enquanto a violência dos ataques à ilha cresce de dia para dia, Max embarca numa investigação, à revelia de ordens superiores, às escondidas dos amigos e da mulher que ama. Max sente-se, contudo, dividido entre princípios morais e o dever patriótico durante os seus esforços para descobrir o assassino… uma personagem esquiva, sempre um passo à frente do seu perseguidor.





A minha opinião:
O livro começa com um episódio a ocorrer no futuro e toda a situação parece estranha e deslocada do resto do livro. Aqui, logo nas primeiras páginas, começa a ilusão do leitor. Porque tudo está ligado, tudo tem sentido, tudo tem a sua lógica.

Quase todo o livro decorre em 1942, aquando da invasão Nazi pela Europa e África. Nessa altura, a pequena ilha de Malta pertencia à Grã-Bretanha e por estar localizada no meio do Mediterrâneo, como ponto de união entre o que Hitler queria que fosse do seu domínio, a população da ilha viu-se intensamente fustigada com ataques.
Não sendo eu uma amante deste tipo de livros - guerra, espiões,... - o facto de ter devorado ( a palavra é mesmo esta ) este livro surpreendeu-me. A qualidade da narração e das descrições do acontecimentos históricos que levaram à luta e consequente libertação da ilha de Malta, deixou-me agarrada a cada página que passava. É inacreditável o que as gerações de malteses tiveram de suportar séculos, após séculos, apenas porque habitam uma ilha estratégica a todos os povos.

Voltando ao enredo, temos Max, a personagem principal e uma série de outras personagens que pouco conhecemos através de pequeníssimos episódios e através deles vamos, por nossa própria conta e risco, avaliando o carácter de cada uma para ver se conseguimos identificar o assassino. A cada capítulo que lemos vamo-nos arrepiando com a frieza e inexistência de sentimentos e emoções que constitui tal indivíduo. O processo de crescimento deste assassino é completamente plausível. Quem é que em tais situações de desenvolvimento humano, não teria surgido como um adulto perverso? Acredito que muito poucas pessoas. Um assassino invisível e quando quer, extremamente humano, o que é verdadeiramente irónico dada a situação.

Mais um bom livro deste autor.
7,5/10
Lido a 8 de Julho de 2010
Sinopse:
Da autora de maior destaque da lista de best-sellers do New York Times, chega-nos o primeiro romance da nova trilogia NO JARDIM. No cenário de uma casa mergulhada em história e de um próspero negócio de jardinagem, três mulheres desenterram as memórias do passado e descobrem um avassalador segredo.
Tentando fugir do passado, a jovem viúva Stella Rothchild, com os seus dois rapazinhos, regressa às raízes e a uma nova vida na Harper House. Aí encontra um emprego estimulante no centro de jardinagem No Jardim e sente um forte fascínio pelo paisagista Logan Kitridge. Mas alguém não está feliz com este romance incipiente... a Noiva Harper, que está disposta a fazer qualquer coisa para o destruir.


A minha opinião:
Comecei esta nova trilogia com algum receio. A conjugação de muito romance com elementos do sobrenatural resultaria num livro muito bom ou muito mau. Mas o que se verificou foi que nem é uma coisa nem outra. É um livro bom e com o qual passei algumas horas bem prazeirosas.

Tudo começa com uma tragédia familiar e é este acontecimento triste que faz com que o resto evolua.
Numa tentativa de começar de novo e oferecer um futuro risonho e sem mágoas aos seus dois filhos, Stella concorre a um emprego perto da cidade onde o seu pai vive com a sua madrasta. Cheia de dúvidas e medos Stella enfrenta esta nova mudança com esperança mas com algum calculismo responsável uma vez que é ela o único pilar da sua família.
Através deste novo emprego surge Roz, uma mulher determinada e forte que ergueu um negócio com o seu próprio árduo trabalho e empenho; Hayley, uma jovem grávida que luta com o mundo e consigo própria para sobreviver; Logan, um homem duro e poderoso que fará o mundo certinho de Stella virar de pernas para baixo com a sua espontaneidade. Além disso há ainda o mistério de um fantasma cujas acções poderão ter consequências catastróficas.
Com uma tradução muito bem feita, este é um livro ideal para estas tardes solarengas a convidar para as férias.

7/10
Lido a 2 de Julho de 2010
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